Oop-Te Sesamo!: Dando Asas a Imaginação

CULPA DO SILÊNCIO

A um silêncio dentro de mim embora eu queira gritar minhas palavras na garganta morrem porque ninguém que ouvi-las e se alguém ouvisse não as entenderia. Eu queria falar da minha revolta por tudo o que está errado das injustiças e dos corruptos, eu queria falar do ser que morre para sobreviver o animal. Gostaria de gritar para o mundo ouvir que a paz está dentro de nós, só em nós, que o amor pode suplantar o ódio, que o ser humano é o que há de mais importante, que todos estão cegos pela mediocridade. (...) Eu queria falar de vida ativa de homens que constroem de verdade, eu queria muito falar d eamor mas não há lugar para sentimentos, existe um barulho infernal lá fora enquanto para o amor só há silêncio. (CIDA FRANÇA)

Hora do poeta

Glória moribunda (Alvares de Azevedo)

É uma visão medonha uma caveira?
Não tremas de pavor, ergue-a do lodo.
Foi a cabeça ardente de um poeta,
Outrora à sombra dos cabelos loiros,
Quando o reflexo do viver fogoso
Ali dentro animava o pensamento,
Esta fronte era bela. Aqui nas faces
Formosa palidez cobria o rosto...
Nessas órbitas?ocas, denegridas! ?
Como era puro seu olhar sombrio!

Agora tudo é cinza. Resta apenas
A caveira que a alma em si guardava,
Como a concha no mar encerra a pérola,
Como a caçoula a mirra incandescente.

Tu outrora talvez desses-lhe um beijo;
Por que repugnas levantá-la agora?
Olha-a comigo! Que espaçosa fronte!
Quanta vida ali dentro fermentava,
Como a seiva nos ramos do arvoredo!
E a sede em fogo das idéias vivas
Onde está? onde foi? Essa alma errante
Que um dia no viver passou cantando,
Como canta na treva um vagabundo,
Perdeu-se acaso no sombrio vento,
Como noturna lâmpada, apagou-se?
E a centelha da vida, o eletrismo
Que as fibras tremulantes agitava
Morreu para animar futuras vidas?

Oop-Te Sesamo!

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sábado, 13 de agosto de 2011

Dando Asas a Imaginação

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